Contos do bardo - Domurama
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O Bardo
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A Grande Guerra – uma breve história sobre os Valentyns  Empty A Grande Guerra – uma breve história sobre os Valentyns

Qui Jul 16, 2020 1:49 am
Olhar para trás, para tempos longínquos e sombrios da nossa existência é uma tarefa difícil, mas necessária. Revisitar nossos horrores pessoais nos ensina a não repetir os erros que quase nos levaram a ruína. Muito da nossa memória se perdeu no fogo da Guerra, bibliotecas inteiras com relíquias do passado foram reduzidas a cinza. É dever deste humilde servo do rei, zelar para que os fatos da história ecoem pela eternidade. Falar da Grande Guerra é falar do povo de Valentya.  

Os Valentyns formavam um império que se estendia de Noroeste a Oeste do continente na região onde ficam os Reinos de Ladayan e Nistram. O Império de Valentya era uma sociedade evoluída com majestosas cidades das mais diversas constituições, desde grandes centros mercantes com palácios do mais rico mármore, mercados com centenas de tendas; até pequenas, mas bem constituídas vilas nas rotas interiores. Sua organização política obedecia a um avançado regime de leis, e seus juízes eram conhecidos em todos os reinos. Os Valentyns se vangloriavam de terem o exército mais poderoso do continente, seu povo era reconhecidamente familiarizado com qualquer atividade que envolvesse o máximo das capacidades físicas, e não à toa eles sediavam os Jogos dos Campeões onde seus atletas mostravam seus feitos quase sobre humanos. Sua legião de hoplitas formava uma linha de frente imbatível, e a cavalaria fazia tremer a terra quando avançavam. Os trabucos e catapultas mandavam abaixo até os mais resistentes castelos.  

Apesar de todo este poderio, os reinos seguiam em paz pois não havia grandes divergências faziam muitos séculos. Foi no reinado de Baroni IV que as coisas começaram a mudar. O rei Baroni era conhecido por seu interesse por religiões pagãs e conhecimentos místicos, ele colocou no seu conselho um magíster de uma seita pagã que vinha crescendo em adeptos no norte do império, o que ia contra os preceitos do Culto. Os sumos sacerdotes tentaram por diversas vezes o caminho diplomático, e até convocaram o Conselho Maior para chegarem a um acordo. Baroni seguia irredutível e começou a reivindicar o direito à região de Quibaan, que foi demarcada séculos antes, como lar dos homens tigres, pelo então rei de Valentya, Rudolf II.  

Os homens tigres era um pacífico povo, que vivia nas terras geladas a leste de Valentya.  Em tempos distantes eram escravizados pelos Valentyns, mas o rei Rudolf concedeu a liberdade a este povo doando este território para que ali eles se firmassem. Com a movimentação das tropas em direção a Quibaan, o conselho do rei Baroni se posicionou contra o ataque pois argumentava que isto traria uma guerra sangrenta para Valentya. Baroni então mandou assassinar a maior parte dos seus conselheiros sendo que entre eles estava um Sumo Sacerdote do Culto, Boran Biasi. Parte do seu conselho fugiu para a pronvícia de Aragão, que ficava ao sul. Especula-se que no pós guerra estes homens ajudaram na transição da província de Aragão para a República de Paziena.  

A morte de Boran foi o que restava para que os outros reinos se reunissem numa Aliança contra Valentya, sob o apoio irrestrito dos sábios do Culto.  A Aliança da Luz Contava com os reinos de Parsano, Gravat, Grammar e a liderança do grande império de Fenderia. Aragão e Quibaan pouco ou quase nada puderam fazer por não ter exércitos, a não ser se esconder das espadas dos Valentys como puderam. O reino de Ybitinga manteve-se neutro por algum tempo, até o instante em que o exército Valentyn avançou contra sua capital.  

A guerra durou mais de quatro décadas, trazendo milhões de mortes e a destruição de inúmeras cidades. Ao longo dos anos, o rei Baroni inflamava os Valentyns a batalha com incrível capacidade de liderança. Ele fez todo o império acreditar que os não Valentyns eram seres impuros que deviam ser eliminados do continente para que seu povo se multiplicasse, expurgando os que eles chamavam de raças menores, o orgulho Valentyn foi elevado a um nível perigoso, e realmente não havia velho ou criança no império que não acreditasse que o inimigo não merecia menos que a morte. Se de um lado existia a ferocidade e organização para a guerra dos Valentyns, do outro a Aliança contava com um maior número de soldados e a engenhosidade dos sacerdotes do Culto. Com seus artefatos, estratagemas e maquinações politicas a Aliança conseguiu derrotar o grandioso Império de Valentya.  

O rei Baroni foi morto na batalha da Campina Verde, já em idade avançada. Os Valentyns foram caçados por todo o continente, mortos ou escravizados. Seus poucos descendentes que restaram se misturaram aos demais povos dos outros reinos, o sangue puro dos Valentyns não existia mais, e aquele povo orgulhoso pelos seus feitos, acabou sumindo nas areias do esquecimento. Foi firmado um tratado entre todos os reinos do continente com a adiçao de Ladayan e Nistram onde antes era Valentya. Mantiveram o nome de Aliança da Luz, que daquele dia em diante funcionaria como um conselho de todos os reis do Domurama, onde zelariam pela paz de todos os povos.  

E assim tem sido até hoje, com a Graça da Luz, e o sono justo dos Deuses.
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